COMUNICADO DA XXI ASSEMBLEIA DA CIRP
16 e 17 de Novembro de 2015
Em pleno Ano da Vida Consagrada e a 50 anos do Decreto Perfecta Caritatis, a Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) reuniu-se nos dias 16 e 17 de Novembro de 2015 a sua XXI Assembleia Geral, em Fátima. Contou com a presença dos Superiores Maiores, dos Presidentes dos Secretariados Regionais e das Comissões da CIRP. A Vice-Presidente, Ir. Maria do Sameiro Martins, que conduziu os trabalhos, começou por agradecer ao Pe Artur Teixeira, CMF, que deixou a presidência da CIRP para servir a sua Congregação no Governo Geral.
Abrimos esta Assembleia, rezando e evocando as palavras do Papa Francisco que nos convida ao testemunho alegre e interpelador na Igreja e sociedade do nosso tempo, marcado por tensões, guerras e sofrimentos, de que são sinal os recentes atentados de 13 de Novembro, em Paris. Mostramos a nossa solidariedade com as vítimas e renovamos o nosso apelo e compromisso com a paz entre povos e nações. Há lugar para uma sã convivência de todas as culturas e credos religiosos nesta «casa comum» que habitamos.
A partilha da vida da CIRP a partir dos Secretariados Regionais mostrou-nos como a Vida Consagrada está enraizada no tecido eclesial das nossas dioceses e colabora na missão evangelizadora com a riqueza dos nossos carismas; a partilha a partir das diferentes Comissões evidenciou o nosso empenho com a pastoral vocacional realizada a nível intercongregacional, com a formação inicial onde se constata um aumento do número dos nossos formandos nas diferentes etapas vocacionais; os nossos trabalhos a nível de comissões revelam ainda como os consagrados em Portugal assumem a sua dimensão profética e se comprometem com as questões da justiça, da paz, da ecologia, tomam a defesa dos desalojados dos nossos bairros sociais e dos refugiados que vão chegando ao nosso país; não passam ao lado das vítimas do tráfico humano, a nova e mascarada escravatura como lhe chamou o Papa Francisco. A animação missionária é outra das grandes causas dos consagrados para que toda a Igreja se coloque em saída e redescubra a sua identidade fresca e renovada na missão.
Nesta assembleia prosseguimos com o tema da gramática da proximidade, desta vez com a reflexão do Pe Aquilino Bocos que nos convidou a liderar e governar os nossos Institutos e comunidades a partir da proximidade e da presença entre os irmãos e irmãs, a exemplo de Jesus que «está no meio de nós como quem serve», liderando de forma simples e humilde, com visão e proximidade. A Vida Consagrada há-de saber sempre quem é o seu próximo, a exemplo do Bom Samaritano, continuando a marcar presença na vida dos doentes e idosos, das crianças e dos jovens, das famílias e de todas as pessoas em situações de maior fragilidade. Ajudou-nos ainda a consciencializarmos a importância e influência que têm as novas tecnologias de comunicação na era digital, tema que continua a exigir uma profunda reflexão sobre as repercussões que tem nos nossos estilos de vida e das novas gerações que vão renovando as comunidades religiosas.
Esta Assembleia procedeu à eleição do novo Presidente da CIRP, cuja missão foi pedida ao Pe José da Silva Vieira, Missionário Comboniano, a quem desejamos um bom trabalho neste serviço de comunhão entre os consagrados portugueses.
Damos graças ao Senhor pelo impulso renovador que trouxe à vida Consagrada o Descreto conciliar Perfecta Caristatis, publicado a 28 de Outurbo de 1965, e renovamos o nosso desejo de continuar a viver intensamente a graça deste Ano da Vida Consagrada, numa memória agradecida do passado, num compromisso generoso com o presente dos mais pobres e frágeis da nossa sociedade, sempre abertos a um futuro por estrear que nos traz sempre a novidade de Deus. Abrimo-nos também ao Ano da Misericórdia que virá renovar o sentido da nossa vocação e missão e inspirar respostas criativas para as urgências do nosso tempo.
Ao longo desta Assembleia recebemos a triste notícia do acidente com o «Sinal Itinerante» em Viseu. Fomos acompanhando a situação, rezamos pelas vítimas deste acidente e endereçamos ao Instituto de Jesus Maria e José e à família dos acidentados o nosso mais sentido pesar. Decidimos unanimemente terminar esta actividade e vamos continuar a acompanhar a recuperação das pessoas acidentadas e prestar toda a nossa colaboração.
Encerramos este encontro, onde houve lugar para a partilha fraterna e para a celebração, com as palavras do novo presidente que nos convidou a intensificar o nosso testemunho e missão na proximidade e liderança dos nossos Institutos.
Fátima, 17 de Novembro de 2015