1. Decorreu em Fátima, nos dias dezanove e vinte de novembro de 2019, a XXIX Assembleia Geral da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP), constituída pelos Superiores e Superioras Maiores e Delegadas e Delegados Provinciais dos Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.

 

2. A Assembleia teve início às quinze horas do primeiro dia com um momento orante de invocação ao Espírito Santo e sob a proteção de Maria. O Padre José Vieira, Presidente da CIRP, deu as boas vindas a todos e apresentou o programa da Assembleia, sendo a tarde do primeiro dia dedicada a assuntos da vida da CIRP e o segundo dia à formação orientada pelo Padre José Cristo Rey García Paredes.

 

3. A Assembleia apreciou a proposta “História Global da Missionação” apresentada pelo Instituto de Estudos Avançados em Catolicismo e Globalização (IEAC-GO), com o pedido de apoio da CIRP. Esta obra de carácter científico, projetada para ser realizada em três anos, será composta por três volumes: Expansão Missionária Global; Instituições Religiosas e Figuras Missionárias; Expressões Culturais e Espirituais da Missionação e Empreendedorismo, Solidariedade e Construção Humana. A Assembleia delegou na Direção a continuidade a dar às propostas que apresentou sobre este projeto de relevante interesse para a CIRP.

 

4. Após a apresentação dos novos Superiores/as Maiores e Delegados dos Institutos, a Assembleia aprovou o Relatório de Contas da CIRP de 2018 assim como o Orçamento da CIRP para 2020.

 

5. Foi aprovado o tema da próxima Semana do Consagrado, que vai decorrer de 26 de janeiro a 2 de fevereiro de 2020: “Consagrados para evangelizar”. Foram também distribuídas várias tarefas para elaborar a Vigília de Oração, a Lectio Divina, as Catequeses e a Oração dos Fiéis, materiais que serão utilizados pelos Secretariados Regionais nas celebrações dessa Semana.

 

6. Foi apresentado o programa da XXXV Semana de Estudos sobre a Vida Consagrada, com a temática “Consagrados para evangelizar”, que vai decorrer em Fátima de 22 a 25 de fevereiro de 2020. Apelou-se à participação neste importante momento de formação para os Institutos de Vida Consagrada e realçou-se o grande investimento efetuado para que este evento seja bem aproveitado.

 

7. A Assembleia da CIRP aprovou por unanimidade um voto de pesar pelo brutal assassinato da Irmã Maria Antónia Guerra, da Congregação das Servas de Maria Ministras dos Enfermos, no dia 8 de setembro em São João da Madeira, pedindo ao Senhor o seu descanso eterno e relembrando a defesa de tantas mulheres que têm sido assassinadas. A Congregação agradeceu a todas as Congregações, Institutos e outros organismos o apoio solidário e a presença amiga que manifestaram.

 

8. Foram aprovadas as datas das próximas Assembleias Gerais em 2020: 27-28 de abril e 16-17 de novembro, sendo o primeiro dia dedicado à formação e o segundo à vida da CIRP.

 

9. A Assembleia uniu-se à congratulação que o Papa Francisco enviou ao Padre Pedro Ferreira, OCD, como agradecimento da dedicação à Liturgia em Portugal durante os últimos 25 anos. O Padre Pedro Ferreira agradeceu e aproveitou a ocasião para explicar em que consiste a recente aprovação da nova edição portuguesa do Missal Romano pela Conferência Episcopal Portuguesa.

 

10. Com a presença dos coordenadores gerais do Comité Organizador Local (COL), D. Joaquim Mendes para a área pastoral e D. Américo Aguiar para o setor logístico-operativo, a Assembleia foi informada sobre a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2022.

D.Joaquim Mendes recordou que a JMJ 2022, anunciada para Lisboa pelo Papa Francisco no Panamá, terá como tema “Maria levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1,39), em que os jovens serão os protagonistas. Os três anos de preparação são um tempo privilegiado de evangelização que deve envolver toda a comunidade eclesial e, obviamente, também os Institutos Religiosos. Solicitou a participação das Congregações Religiosas através da nomeação de representantes dos movimentos juvenis. Dentro dos objetivos que se pretendem atingir, salientou a oportunidade deste tempo de evangelização do mundo juvenil onde os jovens se possam sentir mais Igreja e reflitam sobre a dimensão vocacional, e desejou que o encontro com o Papa seja marcante na vida de todos os jovens, pois a JMJ, embora de identidade católica, está aberta a todos.

D. Américo Aguiar apresentou aspetos mais pragmáticos para a JMJ 2022, referindo que o sucesso do encontro só poderá acontecer se os jovens, dos 14 aos 30 anos, se inscreverem. Solicitou a colaboração dos Institutos Religiosos para que os jovens se inscrevam, destacando que se dará preferência aos grupos de famílias de religiosos na presença internacional. Apelou à colaboração como voluntários nacionais e internacionais e como tradutores dos materiais a divulgar. Solicitou ainda apoio económico e informou sobre o concurso que está a decorrer para o logótipo e para o hino da JMJ 2022. Informou ainda que, no próximo Domingo de Ramos, o Papa Francisco vai entregar a Cruz e o Ícone Mariano da JMJ a uma representação portuguesa.

 

11. A Assembleia foi informada sobre as atividades das Comissões da CIRP: Formação; Pastoral das Vocações; Apoio às Vítimas de Tráfico de Pessoas (CAVITP); Justiça, Paz e Ecologia; Revista Vida Consagrada; Semana de Estudos sobre a Vida Consagrada. Foi igualmente informada sobre as iniciativas dos Institutos Missionários Ad Gentes (IMAG), particularmente significativas ao longo do Ano Missionário celebrado em Portugal. Seguiu-se a apresentação dos relatórios dos Secretariados Regionais e a partilha dos acontecimentos e celebrações relevantes em cada Congregação.

 

12. Os trabalhos do segundo dia, aberto a outros membros dos Institutos, foram introduzidos pelo Presidente da CIRP, que destacou as palavras do Papa Francisco referindo a vida comunitária como elemento essencial da vida consagrada.

Seguiu-se a reflexão sobre o tema “Outra comunidade é possível”, apresentado pelo teólogo claretiano Padre José Cristo Rey García Paredes a partir do seu livro publicado em português. Abordou seis temas interrelacionados: 1. Comunidades configuradas pela missão. 2. Comunidades – morada: espaços de comunhão. 3. Comunidades organizadas – o novo paradigma. 4. Comunidades lideradas pelo Espírito: líderes e colaboradores. 5. Comunidades perante o conflito: reconciliação transformadora. 6. Comunidades em processo de transformação: voar, viajar, contemplar e sonhar, como itinerário para concretizar o sonho de que é possível viver em Comunidades, sob a liderança do Espírito. Uma reflexão pertinente, provocadora e criativa sobre a missão que somos em comunidade: mais do que considerar a “comunidade com uma missão”, somos uma “comunidade configurada pela Missão de Deus, a Missão do Espírito”.

 

Fátima, 20 de novembro de 2019