Foi na manhã de sábado, dia 17 de novembro, que os religiosos da nossa diocese, dinamizados pela equipa da Conferência dos Consagrados CIRP/CNISP, se reuniram em formação, no Centro Apostólico de Nª Sª dos Remédios, em Lamego.
São objectivos desta equipa desenvolver as relações entre os diversos/religiosos existentes na zona e procurar incentivar a sua animação espiritual e, se necessário, a sua integração na pastoral de conjunto, segundo o plano da diocese.
Vindos de vários pontos da diocese, fomos acolhidos com toda a alegria pelas Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, que muito fraternalmente nos receberam. Beneficiaram da formação, além destas Irmãs que nos acolheram, consagrados/as das seguintes instituições: Ordem de S. Bento, Filiação Cordimariana, Sociedade Missionária da Boa Nova, Discípulas de Nª Sª do Cenáculo, Filhas de S. Camilo, Servas de Maria e do Coração de Jesus e Servas de Nª Sª de Fátima.
Após rezarmos comunitariamente a Hora Intermédia, seguiu-se uma preleção do Sr. Bispo, D. António Couto, que começou por nos falar do particular valor profético que tem o testemunho alegre da gratuidade do Amor da Vida Consagrada a que o último Sínodo dos Bispos sobre os Jovens se referiu. A missão de muitos consagrados que cuidam dos últimos nas periferias do Mundo manifesta a dedicação de uma Igreja em saída. Por outro lado, o Sr. Bispo disse-nos que a partilha dos carismas dos diferentes Institutos de consagrados com os leigos constitui uma verdadeira riqueza e um grande recurso para o nosso tempo. Assim, a Vida Consagrada deve abrir-se aos leigos: o carisma de cada Instituto deve ser oferecido a todos aqueles que deles se aproximam.
Depois o Sr. Bispo centrou-se na temática do ano missionário. Eis um pouco do que nos disse:
O Papa Francisco quer motivar para a missão todo o povo e apela a que jamais nos seja roubado o entusiasmo missionário. Os Bispos portugueses, com a Nota Pastoral de 20.05.2018, “Todos, tudo e sempre em Missão” querem encher o país de dinamismo missionário.
É importante que a missão nos ocupe o tempo inteiro, que, quer os baptizados, quer as Comunidades eclesiais, se dediquem à missão, não de forma esporádica, limitada a alguns momentos – como último ponto de qualquer programação – mas como o paradigma. No empenho missionário nenhum meio pode ser poupado, nenhum baptizado pode ser dispensado. Esta firme decisão missionária deve impregnar todos os planos, todas as comunidades, deve ser a prioridade, a forma natural de ser cristão.
Vivendo hoje num Mundo com um ritmo acelerado de paganização, a Igreja não pode continuar com a catequesezinha destinada só aqueles que aparecem. Estamos a viver com os “aquecedores muito baixos”. Estamos a viver uma pastoral de manutenção para manter o que já está a rolar: é preciso e é urgente lançar-se com os pés, as entranhas e o coração a uma nova vaga de evangelização, para a qual são precisas pessoas convertidas, enamoradas, que digam como S. Paulo “Anunciar o Evangelho é uma necessidade que se me impõe desde fora: ai de mim, se não evangelizar” “Desde fora”, porque “desde Deus”. Acender o meu coração e, com o lume do meu coração, acender o coração do próximo.
Não sei se nós hoje somos muito provocadores ou as pessoas terão de nós uma ideia de sermos muito pacíficos. É que o Evangelho ou é notícia, ou deixa de ser Evangelho. Importa que a nossa vida seja “um despertador”, que acorde as pessoas.
Temos que levar a sério aquela advertência que Jesus nos faz: “Falta-te uma coisa: vai, vende tudo…” e “Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas, quando uma só é necessária”.
Após um intervalo em que foi possível vivermos momentos de confraternização, seguiu-se a eucaristia, na igreja do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, como culminar do nosso encontro e reenvio para a missão nas nossas Comunidades, enriquecidos/as, mais em comunhão uns/as com os outros e com a diocese, e mais seriamente motivados/as para uma profunda conversão pessoal e para uma nova vaga de evangelização.
Irmã Teresa Frias, Serva de Nª Sª de Fátima
in Voz de Lamego, ano 89/01, n.º 4487, 27 de novembro de 2018