P Fernando Ferreira_PassionistaÀ imagem de Cristo “a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo” (Jo 10, 36), também aqueles que Deus chama a seguir Cristo são consagrados e enviados ao mundo para imitar o seu exemplo e continuar a sua missão. Isto vale para todo o discípulo, mas aplica-se de um modo especial aos que são chamados a seguir Cristo mais de perto e a fazer d’Ele o centro da sua existência, na forma específica da ‘Vida Consagrada’. De facto, as pessoas consagradas dispõem-se ao seguimento radical de Cristo pobre, casto, obediente, orante e missionário, cada qual segundo o seu carisma.

‘Consagrar-se’ é sentir-se criado e amado por Deus e ter continuamente nos lábios, no coração e na vida o Sim incondicional de Maria: “Eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38).

Porque a vida é dom de Deus, deixemos Deus acontecer em nós como dom de Puro Amor; e reconheçamo-nos amados, chamados e escolhidos para desempenharmos uma missão específica na Igreja e no mundo.

Assim, a vida consagrada se desenvolve no generoso acolhimento do dom de Deus, a sua graça que nos dá a comungar a sua Vida, constituindo-nos um povo unido pela unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo (cf. LG, 4).

Todos nós, segundo o apóstolo S. Paulo na sua Primeira Carta aos Coríntios, somos “templos de Deus”. E é aqui, no nosso templo interior, onde nos revemos constantemente à luz da graça, que se projetam os rostos de todos os nossos irmãos, sobretudo os que mais sofrem no corpo ou no espírito. Todo o consagrado, de uma forma ou de outra, deve ser sinal e profecia para a sua Comunidade, para a Igreja e para o Mundo. Nós só ‘somos’ na medida em que ‘somos para os outros’, na medida em que nos damos totalmente. “Perde-se tudo o que não se dá”, dizia Madre Teresa de Calcutá.

P. Fernando Ferreira, cp

Passionista