Na linha das Orientações da CIVCSVA “Vinho novo, odres novos” e sob o tema que serve de cabeçalho a esta nota, celebrou-se em Fátima, de 10 a 13 de Fevereiro de 2018, a 33ª Semana de Estudos sobre a Vida Consagrada.
No tempo a que chamamos hoje, o Espírito impele-nos para novos horizontes e novos portos. Mais de oitocentas pessoas consagradas – na maioria mulheres, como sempre – sentiram-se interpeladas a ir mais longe, a arriscar passos desconhecidos, a reinventar novas formas e maneiras de chegarem aos seus contemporâneos.
Num quarto de século, mais ou menos, em Países como Portugal, os Consagrados /as viram-se reduzidos a quase metade e continuam a descer, porque há um grande volume de irmãos/ãs idosos e o número de jovens não está em aumento. Contudo, não vivemos esta hora de braços caídos nem de asas quebradas.
Num recente Congresso de Vida Religiosa, no Nordeste do Brasil, em que havia mais de duzentas pessoas, o conhecido biblista Carlos Mesters observou: “O que vejo nesta sala são cabeças de prata, corações de oiro, pés de ferro”.
Os pés de ferro são o espanto da Vida Consagrada de hoje. Quantas pessoas consagradas que noutras circunstâncias estariam a sopas e descanso na reforma, não querem saber de reforma para nada: continuam a dar testemunhos muito bonitos de presença, de pés de ferro. Pessoas que estão à frente de Obras complexas. Pessoas que têm o coração a arder, com uma opção clara pelo Reino, por Cristo, pelo Evangelho.
E, mesmo na Europa, continua a haver jovens – menos, mas bens – que ajudam os mais velhos a plasmar o carisma em projetos de qualidade, a exprimir em linguagem nova, com sentido e com alegria, o que é a Vida Consagrada.
Falar do futuro é, muitas vezes, fazer ficção científica. Para o construirmos, impõe-se trabalhar hoje a partir de novos paradigmas que vão surgindo. Viemos a Fátima dizer que apostamos numa Vida Consagrada mais qualificada, mais humana, mais evangélica.
“Há cristãos cuja opção parece ser a de uma Quaresma sem Páscoa” – lê-se na Exortação Apostólica “EG”. Não deixemos que nos roubem a esperança. Nem a flor da mesma, que é a alegria.
No dia 28 de Fevereiro, p.p, o Papa Francisco, celebrando na Basílica de Santa Maria Maior, centrou a sua homilia na figura maternal de Maria. “A Mãe – afirmou ele – não é uma possibilidade, uma devoção entre outras. A Mãe não é opcional, é o testamento de Cristo. Separados da Mãe perdemos nossa identidade de filhos”. De cristãos. De consagrados.
Com a Virgem de Magnificat agradecemos a todas as pessoas que contribuíram para o bom andamento e o sucesso desta Semana: os Bispos que presidiram às celebrações eucarísticas e nos acompanharam; os oradores, que estiveram inexcedíveis; a Direcção e o Secretariado da CIRP e da FNIS; o trio de animadores musicais (Manuel Barbosa, Paulo Coelho e Jacinto Farias); a Comissão Organizadora; e quantos participaram neste Congresso familiar. Queira Deus que daqui a um ano nos vejamos de novo neste ponto de encontro, que é Fátima.
- Abílio Pina Ribeiro
(em nome da Comissão Organizadora)