Nunca fui superior de uma comunidade e espero que o Espírito nunca me faça uma partida dessas.
Independentemente disso, achei que seria interessante refletir sobre a figura dos superiores na vida consagrada, colocando de parte as leis (e eu que sou formado em Direito Canónico!) e os documentos da Igreja (agora sim, serei excomungado!).
Brincadeiras à parte, falemos brevemente deste tema tão sério (e tão em crise) da autoridade, da animação, da liderança ou da missão de superior, como quisermos chamar.
Mandar é fácil. “Gerir” os religiosos e recursos existentes também pode ser. Mas, motivar todos os irmãos a caminharem juntos, assumindo riscos, dando o exemplo em tudo, com sonhos comuns para a comunidade (como está o “tal” projeto de comunidade, feito na primeira reunião, esquecido o resto do ano e avaliado no verão?)… isto tudo só para verdadeiros superiores! Como diria o Mestre, o primeiro que seja o último e lave os pés aos outros.
O superior que lidera é aquele que rema junto com a comunidade, e dá forças a cada um, individualmente, para todos remarem com mais energia. É aquele que toca nos corações de cada um e ajuda cada religioso a alcançar o fim da sua consagração. Acredita em cada um e puxa por cada um.
A comunidade, bem liderada, pode fazer verdadeiros milagres no mundo e na Igreja. O futuro será mau, cheio de dificuldades, de problemas, de saídas, de crises vocacionais… apenas se fizermos por isso.
Eu acredito que pode ser diferente. Vejo um futuro brilhante, de crescimento, de vida, de paixão, de expansão do Reino… se fizermos por isso, pois o poder já está dentro de nós. Unidos ao superior, caminhemos firmes na fé e na esperança, realizando o amor no dia a dia.
Como diria Sun Tzu: “é impossível o corajoso agir isolado e o cobarde fugir sozinho”.
Tiago Veloso, cp
Passionista